sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O passado não é uma coisa que se apaga assim tão fácil. Hoje mais uma vez me peguei pensando em coisas que se passaram e que eu já deveria, por um decreto, ter excluído de vez da minha mente. Não aquele tipo de lembrança que se sente saudade, embora não sejam lembranças ruins, mas aquele tipo de lembrança ainda pior. Aquela que te arrasta para um vazio imenso, um vazio que não parece ter um fim. E novamente você se vê naquele estágio desesperador, por alguns breves instantes, mas que lhe é tão familiar e você tanto quer assassinar. As memórias que me machucam poderiam ser simplesmente corpos vazios, em que eu sem cerimônia alguma usasse para estrear o meu punhal que ganhei da minha vó no natal.

A vida me parece perigosa hoje. Riscos a correr. Muitos riscos, um a cada esquina diferente. Muitos cigarros a serem acesos, lágrimas não existem mais.
Eu só queria que eles fossem embora. Ou que fossem mortos e ficassem enterrados em um buraco de onde nunca deveria ter saído. Se é que eles já estiveram em um buraco.

Tudo me parece estranhamente cinzento hoje, embora o céu esteja azul e o dia esteja lindo. Não há beleza alguma em nada. Hoje é só mais um dia qualquer.

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