terça-feira, 27 de outubro de 2009

Fato #1

A pior coisa na vida de uma pessoa anti-social, como eu, é a presença de gente estranha em casa. Há pouco mais de um ano uma mulher se mudou para a minha casa. Ok, minha mãe chegou em mim e perguntou: Ela pode vir morar aqui? respondi que sim. Ainda não sei porque fiz essa besteira, mas me arrependo profundamente disso. Apesar de que, desconfio que se eu tivesse me oposto a essa idéia, ela estaria morando lá da mesma forma. No começo tudo era muito estranho, e eu passava as minhas tardes (eu não trabalhava ainda) tentando parecer simpático e as vezes até levava a mesma para conhecer a cidade (ela é carioca da GEMA, eca!). Ela sempre se mostrou muito interessada em tudo, sempre atenta e sempre contente. Acho que esse último motivo é o que mais me irrita. Imagina uma pessoa muito contente, muito "alto-astral", muito tudo. Argh! Ela nunca me tratou mal. Nunca foi grossa comigo e sempre foi relativamente simpática. Mas eu sinto como se ela tivesse invadindo o meu espaço. Sempre amei a minha mãe como ninguém nesse mundo e ela chegou para tirar a minha mãe de mim. Depois que ela chegou eu nunca mais consegui conversar com a minha mãe, e ela parece nunca ter tempo para mim. Quando quero conversar sozinho com a minha mãe, eu preciso dizer: fulana, dá licença um pouquinho, por favor? Isso é um horror.

Hoje me aconteceu uma coisa muito chata. Estou de dieta e é muito difícil segui-la, no meu caso. Para isso comprei uma garrafa de pepsi light, para quando der vontade de doces. De manhã antes de ir para o trabalho, abri a geladeira para tomar um copo de pepsi e para o meu espanto (adoraria ter visto a minha cara naquela hora) a garrafa não estava mais lá! Estava debaixo da pia. E VAZIA!
Isso foi a gota d'água. Assim que meu pagamento cair eu estarei me mandando daquela casa. Já até sei onde vou ficar, em ultimo caso. Conheço um hotel na Penha que custa 15 reais a diária. Isso é uma certeza e nada mais vai fazer eu mudar de idéia.

Só sinto muito... sinto muita falta da minha mãe. Para mim é como se ela tivesse morrido. Não é mais a mesma coisa e nunca mais será. Já cheguei a desejar que aquela mulher largue a minha mãe...para sempre. Mas ao mesmo tempo me lembro, que infelizmente, ela a faz feliz. E tudo o que eu menos quero é minha mãe infeliz e com depressão de novo. Solidão. Esse sempre foi o mal do ser humano. Uma criatura tipicamente solitária.

Sinto falta do meu pai...de como as coisas eram. Meu pai sempre me xingou de coisas muito pesadas, sempre me bateu, sempre me deixava marcado com os seus ataques de fúria repentinos. Mas ele me dava carinho. Até que um dia ele foi embora de casa...

Que coisa mais chata. Me abri para um blog.

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